sexta-feira, 7 de maio de 2010

Construção amadora - o desejo que sobrepõe a razão, ou quase..!

Pessoal, não conheço um só velejador, principalmente os de cruzeiro, que não tenha sonhado em construir seu próprio veleiro. Os dois do Damien, Gérard e Jerôme, construiram o deles por 5 anos na dureza e na beleza da juventude, e em 1969 se soltaram do pier e rodaram o mundo por 5 anos. Bernard Moitessier o seu Joshua, Eric Tabarly os Pen Duick II, III, IV, V e VI, Sir. Knox Johnston mandou construir o seu pequeno e robusto Suahili na India e acabou ganhando o “The Sunday Times Golden Globe Race” em 1969. O Amyr Klink não para de brincar disso, é um Paratii atrás do outro, o Cabinho então nem se fala, Aleixo Belov já construiu pelo menos dois que eu saiba, veja em Veleiro Fraternidade! Ainda temos os Shurmann e tantos outros anônimos, “e ainda tão poucos”. Pô mas por qual motivo estes caras fizeram isso? É tão mais fácil comprar um usado! De um final de semana para o outro, você já pode sair navegando em seu veleiro. A resposta é complexa e devido a complexidade dos motivos não arriscarei uma aqui. A construção de uma embarcação além de requerer mais recursos do que a compra de uma usada, requer muita, mas muita coragem por parte de quem se arrisca na empreitada. Amyr, o Klink, não gosta de barcos de plástico pois “não possuem alma”, diz ele. Até concordo, em parte. Um dos principais riscos é a falta de recursos que pode ocorrer por conta de algum contratempo durante o periodo da construção. Doenças, desemprego, viagens, familia, etc. No que diz respeito a família e sendo nós Brasileiros, não tente se meter nisso se a sua não comprar esta idéia com você. Isso pode causar até separação. A construção de um veleiro tem que envolver os seus mais próximos, caso contrário a chance de dar tudo errado é muito grande. O amor que você desviar para o barco será cobrado  em casa. No entanto, não tenho idéia de como deve ser a satisfação de alguém que encosta a quilha de seu barco na água pela primeira vez! Mas estou neste assunto tão somente para falar a respeito de um camarada de coragem. O nome dele é Mauricio. Ele é o feliz proprietário do SANUK, uma casa em formato de catamarã que fica sobre as águas de Abrolhos, BA a maior parte do ano. Eu mesmo já fui passar duas temporadas nele. É incrivel como o Mauricio conseguiu tanto espaço lá dentro, aproveita tudo que pode. Como ele próprio me disse, ele possui a capacidade de formar mentalmente um desenho tridimensional do barco, o que ajuda na hora de construir o mesmo. Acho que ele tem um autoCAD cerebral, sei lá. No momento ele está com um novo projeto. Está sendo construindo em um estaleiro na Ilha da Conceição em Niterói no Rio de Janeiro, o SANUKSTAR. Um monocasco que, pasmem, com seus pouco mais de 11m leva uma motocicleta na popa em paiol próprio e tudo mais que ele descreve no site que já está no ar mas ainda em construção http://www.pesquisamar.com.br/ . Este veleiro está sendo construido para ajudar estudantes e seus orientadores na busca de respostas as suas indagações científicas a respeito do mar e seus habitantes. Sim, pois SANUKSTAR viverá por um motivo nobre, o de promover conhecimento. Certamente ficarão bem contentes quem dele se servir, até mesmo para charters de turismo eventuais. Estive no estaleiro mês passado e pude costatar de perto um pouco das soluções que o Mauricio encontrou. Parabéns prof. Pardal! Há, pode contar comigo como tripulante do SANUKSTAR caso ele tenha que subir para Caravelas, BA...Vou fazer um esforço danado!!!.  Vejam as fotos...Abrçs, Luís.

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